quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Permite-me respirar...
Sei que é um grande pedido
E que o som de cada alveolo
A explodir no ar rarefeito
Da nossa conversa
Te é incomodativo...

Se pudesse escolher não o faria
Pela simples condição
De gerar alguma felicidade.

É verdade que há outras escolhas,
Temas em que jamais mudarei
Mas respirar... Se calhar...

Talvez apenas respirar baixinho
Para que não me oiças...
Ou respirar longe...
Ou não respirar,
Sei lá!...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nada está como dantes
Parecia obvio correr para o triunfo
Mas...
É negro o viver da pagina não escrita
Após o final feliz de um livro vulgar...



















É negra a pessoa que vês
Diante de ti
Que não se fez quem querias
Que foi demasiado longe
Para que seja possível voltar…

E em pânico
Dás um passo atrás
Esperando que a sensação de distância
Assuste e traga de volta
O que provavelmente
Nunca tiveste...


quinta-feira, 28 de maio de 2009

Por antecipação
Vejo a terra estender-se diante de mim…


















Vou de passagem
Sem que viva em lado algum
Tendo por memorias
As gotas de suor
Largadas pelo pó dos caminhos…

Sinto a dor, a angustia
De não ver o que vem a seguir,
Querendo que tudo acabe
Sem que queira parar…

Sinto o vazio que virá no final,
A frustração de ver o tempo que passa...
Mas acima de tudo
Sinto…
O medo de não chegar…

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O pequeno homem avança tremulamente na direcção do fim de mais um dia… Transpira por baixo do fato de fibra barata e toca o nó de gravata para ganhar confiança para enfrentar o ultimo capitulo da reunião… Pensa para si o quão difícil foi propor que o projecto em curso fosse executado e que a metodologia se fizesse cumprir como definido no plano inicial…
Escreve na sua caligrafia perfeita no bloco de notas acabado de estrear e recentemente colhido da ultima safra do economato… "Cumprir as regras como definido e dar dez chibatadas a cada um dos meus súbditos antes do fim do dia para que…" - Não sabe porquê, mas sempre viu seu mestre fazendo assim e sempre pareceu correcto e mesmo que de nada sirva, mostra que cumpre com a função estabelecida…

Pesa-lhe o enfado de que a beleza nunca lhe tocara a fronte e que a masculinidade lhe causa entraves a subir na vida de forma ilícita… "Se assim fosse ser-me-ia concedido o direito de falhar alguma vez, mas como não… Ao menos procuro alivio nos eternos jogos para que outros decidam por mim que é certo o que eu quero que se faça"…

terça-feira, 29 de julho de 2008

Terá acabado,
O motivo porque escrevo
Agora que passam meses
Sem que toque
Algo que se pareça
Com uma sensação real...













Volto aos mesmos lugares
E não te encontro
E a perspectiva do futuro
Faz com que tudo pareça
Como se até ao fim
Fosse tudo correr
De igual forma…

Olho para longe
A pensar se o teu cheiro
Foi real alguma vez
Ou se não terá sido
Apenas e sempre
Uma recordação
De algo que gostaria
De ter visto
Acontecer…

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ao contrário do que se diz
O mundo parece alargar-se
À medida que vejo cada vez mais curta
Esta vida de andar por aí...



















Longe olho o horizonte

A pensar quantos recantos
Ainda mais longe existirão
Que nunca pisarei...

Nas escolhas que se fazem e como em cada uma
Sinto que morro mais um pouco após
Cada regresso...


Entretanto vou parando aqui e ali,
Saboreio em pequenas doses
O meu álcool solitário
Que nos desenganos já percebi
Que não acompanha nem alimenta

Sublimando-se apenas
Em breves momentos
Imediatamente esquecidos
E nunca sequer relatados
Em versos...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Hoje não te vi
Porque baixei o olhar
Antes que desviasses o teu...




















Na realidade és apenas mais um
Dos que comigo partilham
Este clima de ódio cordial...


Chamamos-lhe relação
De uma forma quase profissional
Porque no reino das pessoas
Aparentemente sérias
Escondemos desta forma
O que realmente sentimos
E a etiqueta nos impede
De bradar frontalmente...

Estranho é este mundo de adultos
Em que o conceito de amigo se alarga
Àqueles que apenas suportamos
Em troca de potes de ouro
Que nos sufocam e arrastam
Penosamente para os dias
Do fim...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Hoje desliguei o rádio e conduzi para casa em silêncio.
Não porque me desse prazer escutar o motor do carro
Mas apenas porque não havia música que servisse...



















É um pouco como os dias em que não escrevo
E apenas desenho a mesma flor de sempre...
Como se o repetir do mesmo gesto
Trouxesse clareza a pensamentos
Que nunca saberei se virei a ter...

A verdade é que a espiral descontrolada se iniciou
Provavelmente muito antes do momento em que o percebi
E não me refiro na demagogia da poesia
À inevitável morte que se aproxima a passos largos...
Refiro-me sim à inocência com que ousamos construir
Quando não somos donos da terra em que lançamos alicerces
E não controlamos sequer a estabilidade do terreno...

A espiral de que falo quase de olhos fechados
Não é mais do que o terramoto que deita por terra
Dia após dia, os castelos de cartas
Que insisto continuar a construir...

E volto a dizer que não falo da morte
Porque também não é poesia
O que escrevo neste momento...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

É quase de olhos fechados
Que deixas os dias passar por ti
Como cigarros que se acendem
Com a ponta do anterior...














Primeiro é a velocidade,
Depois a indiferença...
Mais tarde o desejo
De que tudo termine...

Ao mesmo tempo
Perdes-te no álcool
Para que não recordes
Quanto tempo passou
E o que poderias
Ter feito de diferente...

Mesmo que não te percas
Usa-lo para que a embriaguês
Te adormeça
E te precipite de forma indolor
No dia que se segue...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Há dias que vives
No limite das forças
Mas com a noção
De que te encontras
Apenas a meio do caminho...














Em breves momentos
Fechas-te na tua concha
E aproveitas a fracção de um segundo
Para respirar...
O frio à tua volta é tal
Que a solidão não parece ter efeito
E o negro da noite é a luz
Que te dá alento...

Entretanto olhas
O caminho percorrido com indiferença
E perguntas-te sobre momentos
Que parecem ser histórias
Que alguém te contou

Perguntas, porque...
Nada te parece nítido nem verdadeiro
Porque sentes que te abraças
Sem que na realidade
Estejas realmente contigo...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Teria continuado
A pensar
Nas teias intrincadas
Do trabalho
Se não fosses tu...



















Nunca saberei
Quem és...

Mas sei que
Pensas como eu
Quando saboreias
O teu álcool solitário...

Mentalmente
Peço-te desculpa
Por ousar perturbar
A tua paz com a ousadia
De escrever sobre ti...
Imaginando conversas
Que não tivemos
Pelo simples facto
De nunca nos termos
Encontrado...

É um enigma
O que aconteceria
Se não fossemos nós...
Se o que escrevo
Fosse diferente
E não fosse sequer
Escrito por mim...

Se não estivéssemos
Aqui...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Há dias em que estamos assim...
Assim como que meio mortos
A balancear... À espera que algo
Acabe com a nossa miséria
Empurrando-nos para um dos lados...



















Não há luz nas manhãs

E nas noites
É com o tédio
Que nos abraçamos
Antes de adormecer...

Não abrimos a janela
Porque achamos saber
O que está do outro lado
Talvez porque queiramos
Negar novidades
Negar que o tempo passa
E que também passa por nós...

Tememos a morte
E como tal...
Não vivemos
Para que a vida
Não se gaste...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Deixa-me dizer-te que não chores
Para que não chore eu também...
Que ignores a tua dor
Enquanto calo a minha...



















Que as nossas realidades
De tão semelhantes
Distinguem-se apenas
Nas perspectivas...
São os mesmos que nos magoam
Os mesmos ideais que nos derrubam
As mesmas barreiras
Que nos fazem levantar...

De resto tu és tu
E eu sou eu...
Mas apenas isso...
Falo-te de feridas que tive
E conto-te como as sarar
Sem que as tenha sarado já...
E tu, falas-me do que devo fazer
Que de tão fácil
Parece tornar imediata a felicidade
Mas sem que sejas feliz também...

Podia dizer-te
Mas dir-te-ei depois...
Que procuro
agora
No ajudar a limpar
As tuas feridas
O esquecimento
Das minhas...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sinto-me errar sucessivamente
Como se não houvesse
Outra forma de ser...















Não é que não saiba...
Que não tente
Mas não há que mude
Que não me faça falhar...

Cair por terra
Para voltar a cair
Abrir uma ferida
Para mais tarde
A abrir outra vez...

Amedronta-me o tempo
Que me separa

Dos fins anunciados...
Da morte prematura
Do meu real destino...

Amedronta-me descobrir-me
No caos dos meus erros

Sentido que só
Para outros
Seriam erros relamente...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Não adianta dizer-te para onde vou
Porque é quase certo que não irei por aí...



















Largas-me a mão,

Deixas de acreditar
Que saiba o caminho
E é verdade: não sei...
Tudo o que tenho para oferecer

É a mudança...

Que vivo na ausencia de planos...
Ou talvez tenha alguns
Escritos em transitorios
Bilhetes de avião...
Mas esses são so reais
Quando se fecha a porta
E nada mais há a fazer...

Até que eventualmente
Chego a um destino
Que muda desde que o vi
Ou se não o vi,
Não é como o planeado...

E cada vez sinto
Mais neutro o sabor
Do cocktail
Doce e amargo
Das surpresas e desaires
Sem planos...

E cada vez menos ilusões...


quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Falamos de regressos e saudades
Como se as coisas só tivessem um sentido

Como se proibido fosse

Ter saudades de partir outra vez...




















O mundo apresenta-se viciado em descrições

E relações de causa e efeito

Perg
untamos porque parte se ama quem fica...
Qual o motivo da descoberta?

Quando supostamente já se encontrou

Tudo o que se possa desejar...

Pomos demasiado em causa
E partimos muitas vezes sentido

Que já não amamos...

Talvez acreditemos,
Quando se nos fecham os olhos de cansaço

Ou nos embriagamos com o alcool

Dos novos lugares

Que procuramos novas paixões...


Mas tememos viver
Não vá isso ser pecado sem perdão...

Pintamos de traição a partida
Para que se seque a vontade
Enquanto esperamos que seja verdadeira
A falsa historia sobre o tempo
Que cura e faz esquecer
As feridas do passado...

terça-feira, 31 de julho de 2007

Parto mais uma vez
Convencido de que não me motiva a batalha
Estarão provavelmente perto os louros
Ou o engano de que uma vitoria poderia ter sentido...












Mas a verdade é que nas aparencias
O que faz sentido
Não precisa de ser real...

Acho que a cada momento somos confrontados
Com a questão de que o destino que vivemos
Pode ser nosso ou apenas
Um escolhido ao acaso de entre outros...

Há um dia em que nos cansamos de não saber
O que incertamente nos será oferecido no proximo momento
E nos reduzimos a viver um destino conhecido...

Hoje parece-me que o preço dos sonhos é demasiado alto
E que na realidade as minhas lutas internas
Não são mais do que distracções de uma vulgaridade
Que não conseguimos esconder...

Ou isto, ou então vivemos iludidos
De que vivemos a nossa grande aventura
Independentemente do que seja...

Desafiamos os elementos
Buscamos no vazio o desconhecido
Quebramos barreiras fisicas...
Temos filhos...
Pintamos a casa mais uma vez
Buscamos imagens do fim do mundo...
Enfim, somos e fazemos em nome de uma paixão
Que chamo hoje apenas ... Vulgaridade...

terça-feira, 8 de maio de 2007

Hoje disse-te "bom dia" sem sorrir...
Estou cansado e como tal,
A unica coisa que te posso dar
É o meu lado sincero...












Já não somos crianças
E como tal não jogamos claro...
Usamos frases feitas
E termos como "frontalidade"
Para definir tomadas de posição
Que na realidade
Não conseguimos manter...

Nunca explicamos porquê
E mascaramos de nobres
Os instintos mais sordidos
Enquanto mentimos de tal forma
Que a realidade se desvanece
E já não percebemos onde está...

Mas a idade trava-nos os musculos
E o mundo avança mais rapidamente
Do que a nossa capacidade
De sermos hipócritas...
E mesmo assim, vamos contando
A nossa historia de herois
Sem que saibamos
Quem somos...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Estranhamente chega o dia em que concluís
Que a felicidade dos outros depende da tua mediocridade...
E que ao contrário dos sonhos
A realidade é dominada pela aritmética
Dos máximos denominadores comuns...




















E inevitavelmente acabarás por cair na rotina
De quem deixou de lutar, opor e questionar
Para que possas responder vulgarmente
Que és feliz e tudo está bem...

E na espécie de ciclo a que chamas vida...

Contas o passar do tempo pelos cabelos brancos
E pelas coisas que deixaste de fazer
Mas já não sabes porquê...
Mas és feliz!!!...
Assim o dizes a quem te pergunta sem querer saber
E nada mais importa...


Olhas ao lado os poucos desgraçados
Abandonados na sociedade e a correr em solidão
Por todas as respostas que não deixaram de buscar
Com o mesmo destino que te espera
Mas achando que na historia
Haverá diferença no pó dos seus ossos largados nos ventos
De outro igual esquecimento...

quarta-feira, 14 de março de 2007

venha contigo o alcool...
para que possamos partir
e deixar para trás este momento...














estou longe

e a falta do teu cheiro

não me deixa deixar de sentir
os horrores da realidade...

não durmo
porque não tenho motivos para me deitar...

ficarei acordado
à espera
que chegues...
determinado
para que
nada mais
que a morte

me faça fechar os olhos...

mas com a espera
pergunto-me se existes...
se vale a pena,
se nesta realidade
eu ainda serei eu ...

segunda-feira, 5 de março de 2007

Revoltam-me as possibilidades
De tão facil que é seguir o caminho
Traçado por outros...


















Lembra-me o tempo

E quase o peso da idade
Que no dia em que finalmente cair por terra
E na mediocridade
Matar todos os instintos
Que me projectam para procuras infundadas
Serei aplaudido

E aceite pela humanidade...

Sem pensar muito no que digo
Nesse dia darei respostas fáceis,
Dir-te-ei que está tubo bem e que sou feliz...

Terei morrido...
Mas provavelmente
Não darás conta...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Hoje dei comigo a pensar nas diferenças entre os sentimentos expressos num poema dos tempos de hoje e os antigos... A verdade é que com toda a tecnologia de que nos rodeamos não há nenhuma forma elegante para exprimir a influência dessa mesma tecnologia nos nossos sentimentos...












Na minha angústia poderei fumar figurativamente um cigarro, mas não cai bem escrever que vou para o ginásio na tentativa de que o cansaço me quebre a ligação com a realidade...

Posso chorar porque não encontro o amor, mas não calha bem dizer que nem todos os SMS's do mundo serviriam para contar a algumas pessoas o que nunca lhes disse... E pelo meio grito no vazio em buscas que não são claras, mas a forma como o consigo fazer sem abrir a boca e só usando o google também não me calha bem à escrita...

E agora vamos à forma como escrevo... Que já quase não sei escrever à mão...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Definitivamente não é aqui...
Passou mais uma estação
E quando olhas para fora
Dizes-me que ainda não é este o teu destino...












Olho-te de longe
Quase a esboçar um "tirem-me daqui"...
Mas hoje é o teu dia de sentir
E como tal apenas estou aqui contigo...
Dou-te a mão e falo-te de como as coisas
Serão eventualmente diferentes...

Despeço-me e vejo-te partir
Com o que restou das minhas forças...
Talvez pares amanhã outra vez...
Talvez pare eu antes de ti...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Cai a chuva perante o chamamento da noite...
Convidam-me os astros a uma silenciosa troca de ideias
Assaltam-me pensamentos
Assusta-me a imensidão do caminho
Mas já não as escolhas
E muito menos a solidão...













Tomo mais um trago da bebida amarga que preparei

Subo o volume da música
Passo as mãos pela chama...
Olho para longe
Espero inspiração...

Conto as vezes
Que a vontade de virar costas

Me assalta a alma
E continuo a contar...

Que a raiva não me serena o espirito...

Poderia partir
Desenhar sonhos e contar histórias...

Mas prende-me o doce fardo do luxo...
O medo de reconhecer que terei por momentos desejado
Colhido o prazer do desejo...

Tocado ao de leve...
Muito leve...

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Silenciosamente,
Vês-me cambalear de cansaço
Como se no meu estado quase letárgico
Pudesse ser o destino
Tal como te contara o oráculo...



















É temendo o perigo

De um toque que te olho vezes sem conta
Esperando que não leias de mim

O que provavelmente mais quero que saibas...
Ao invés trocamos banalidades

E revelamos a pouco e pouco
Quase como que para mudar de conversa
Um pouco de nossos corpos...

Trocamos as voltas ao mundo
Que a nudez não mais constrange
E vem sendo refúgio
Para que o desejo faça esquecer
Verdades não reveladas
Que de tão dissimuladas
Nos levam a procurar
acasos
Que de tão obvios
Se recusam a jogar como nós...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

O pai natal for provavelmente
A primeira mentira social que desvendaste
Estranhas que lhe chame assim
Com esta estranha e deslavada falta de respeito
Mas a verdeade é que por algum motivo
Há dias em que te assalta a revolta de descobrir
Que todos os teus santos têm pés de barro...




















Contas nas lagrimas que te percorrem a face

As desilusões do que não tens
Perante evidencias de que à tua volta
Todos são felizes...

E tu pessoa abandonada pela sorte
Afastas-te e excluis-te porque não és digna
Intitulas-te uma criatura do submundo das trevas
Desvalorizas o teu sorrizo
E amaldiçoas pelo abandono
Os pequenos momentos de prazer
Que tiveste oportunidade de experimentar...

Enganam-te os livros que lês
Enganam-te os sentimentos
Que te levam a acreditar na plenitude
Que não existe...

Enganam-te os teus amigos felizes
Quando te mostram a superficialidade de uma historia
Tal como mais um livro que lês...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

“Não interessa o meu nome…”
Disseste-me enquanto viraste suavemente o rosto
Deixando-me quase ver
A tua vontade de soltar uma lagrima de raiva
“Afasta-te... Deixa-me!!!...”













Negaste a minha ajuda quando me ajoelhei a teu lado
Ignoravamos a chuva que caia, o frio
O facto de sermos desconhecidos
As dores que nos faziam trocar insultos
Sem que fossemos culpados de coisa alguma...
“Não preciso!!!...”
Mas não importava
Tal como tu havia fugido e não queria
Voltar para trás...
Lembro-me da lama no teu cabelo
Da luz dos relapagos
O som dos trovoes
E ao longe a musica repetitiva em altos berros no radio do meu carro
“Porque é que paraste???... Vai-te embora!!!...”
Na realidade não sabia...
Tinha parado e fizera-me nada
Quando fechei a porta do carro
Como se tivesse fechado a porta para o resto da minha vida...
Não sabia quem eras, mas também já não me conhecia
Não te amava, mas isso também não tinha importancia
Nada existia atrás de mim para que me pudesse voltar...
“Porque choras homem!!!???....”
E que te interessava...
Chorava por ti e por mim,
Ou simplesmente porque estava triste
Podias ter fingido que eram gotas de chuva,
Mas não o fizeste talvez por inveja...
Ter-te-ia dado a mão para que chorasses comigo,
Mas não quiz que o contacto nos levasse
A imagens idiotas cheias de casais apaixonados
Não precisava disso nem da chuva que me gelava os ossos!!!...
“O que me fizeste???...”
Perguntaste-me no soluço que antecedeu a tua primeira lagrima...

domingo, 14 de janeiro de 2007

É verdade que nos temos encontrado
De forma pura e simplesmente casual
Na forma de beijos
Em que num quase descuido
Os lábios practicamente se tocam...



















É nestes infinitamente pequenos momentos
Que se concentra a força de universos
E todas as palavras que a vida
Não tempo para que digamos...

Provavelmente houve outras vezes
Em que nos tocamos
E acabamos por fazer amor
Sem pensar no que se seguiria...

E foste várias vezes outras pessoas
Em outras realidades
Mas sempre o mesmo desejo...

Lembro-me dos dias em que parti
Não a partida casual de quem volta sempre
Mas os dias em que as lágrimas ditaram
Que não poderia voltar...

Perguntaram-me em tempos se te procuro
Assim como te perguntei se me perdoarias
Com a consessão de breves momentos de conversa
Em que provavelmente não saberei o que dizer...

Responde quase sem que o perceba o silêncio
Que por causa do que realizamos e perdemos
Me ensinaste um dia a cuidar no que desejo...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Fechas os olhos na busca da ausência de gravidade
Está escuro e rolas pelo indefinido
Onde as vozes que ouves gritam
Sem que lhes percebas a razão...














Semi-entorpecido pela vontade de adormecer
Vislumbras o que poderia ser o resto
De uma leve sensação de vertigem...

Perguntas porquê,
Mas não consegues compreeder
Que a ausência de medo
E outros sentimentos
Outrora infantis
Te secam as lagrimas...

É tarde...
E o atrito do tempo
Queima a vontade de voltar atrás...

Rodopias na inércia
Mas como apenas te sentes parado
Sem que o percebas,
Não te parece assim tão mau
Que a vida passe por ti...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Há dias em que ser racional e positivo é de tal forma impossivel que nada mais resta do que tocar a embriaguês em busca de um qualquer suporte para algo que não sabemos sequer o que é... Escrevemos sobre contradições e como terminamos as frases a meio e com um elegante engenho no uso da palavra intitulamos-nos poetas...


Talvez seja "amodes que"... Uma daquelas necessidades de sermos alguma coisa ou de pertencermos a algum esterotipo que um dia nos faça notaveis e nos dê a falsa sensação de que agradamos a alguém ou que ajudamos alguém a ir ainda mais fundo no seu estado de já profunda depressão...

Ser alguma coisa é imperativo nos dias de hoje... Assim como ter um motivo ou um destino...

Salvaguardo pois aqui a minha necessidade esporádica de não ser nada, de não saber para onde quero ir, e principalmente de me refigugiar e esconder os meus verdadeiros pensamentos por trás de labirintos intrincados de escritos que podem parecer ter algum encanto para outras mentes igualmente embriagadas e enganadas sobre o verdadeiro sentido do que não fazem...